Por Dra. Paloma Baiardi, Clínica Geral e Especialista em Medicina do Sono
A apneia do sono é um distúrbio respiratório caracterizado por pausas na respiração durante o sono. Essas pausas podem ser breves (apneia obstrutiva do sono) ou prolongadas e causam várias consequências físicas e comportamentais.
Causas e Fatores de Risco
Obstrução das Vias Aéreas: O relaxamento dos músculos da garganta durante o sono pode levar ao estreitamento ou obstrução das vias aéreas, causando apneia obstrutiva do sono.
Fatores Anatômicos: Anormalidades estruturais, como amígdalas aumentadas, língua grande ou excesso de tecido na garganta, podem aumentar o risco de apneia do sono.
Obesidade: O excesso de peso corporal pode aumentar o volume de tecido na garganta, aumentando o risco de obstrução das vias aéreas.
Idade Avançada: A idade avançada está associada a um maior risco de apneia do sono devido a mudanças na estrutura e função das vias aéreas superiores.
Histórico Familiar: A apneia do sono pode ocorrer em famílias, sugerindo uma predisposição genética para o distúrbio.
Fatores Hormonais: Mulheres na menopausa têm uma incidência maior de apnéia do sono, assim como pessoas com diagnóstico de Hipotireoidismo.
Riscos e Consequências
Sonolência Diurna Excessiva: As pausas na respiração durante o sono podem levar a uma interrupção do sono reparador, resultando em sonolência diurna excessiva e fadiga.
Hipertensão Arterial: A apneia do sono está associada a um aumento do risco de desenvolvimento de hipertensão arterial, um fator de risco importante para doenças cardiovasculares.
Doenças Cardiovasculares: A apneia do sono não tratada pode aumentar o risco de doenças cardíacas, incluindo insuficiência cardíaca, arritmias e acidente vascular cerebral.
Problemas Cognitivos: A falta de sono adequado devido à apneia do sono pode afetar a função cognitiva, resultando em dificuldade de concentração, memória fraca e problemas de aprendizado.
Diagnóstico
Polissonografia: Este exame noturno é considerado o padrão ouro para diagnosticar distúrbios do sono, incluindo apneia do sono. Durante a polissonografia, várias variáveis são monitoradas, incluindo padrões respiratórios, níveis de oxigênio no sangue e atividade cerebral.
Polissonografia Domiciliar: Uma alternativa mais conveniente à polissonografia tradicional é a polissonografia domiciliar, onde o paciente usa equipamentos de monitoramento do sono em casa.
Tratamento
Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas (CPAP): Este é o tratamento mais comum para a apneia do sono. Um dispositivo CPAP fornece uma pressão suave de ar através de uma máscara facial durante o sono, mantendo as vias aéreas abertas e prevenindo as pausas respiratórias.
Dispositivos Orais: Em alguns casos de apneia do sono leve a moderada, dispositivos orais, como placas de avanço mandibular, podem ser prescritos. Esses dispositivos ajudam a manter as vias aéreas abertas durante o sono, reposicionando a mandíbula e a língua.
Cirurgia: Em alguns, a cirurgia pode ser considerada. Os procedimentos cirúrgicos podem incluir a remoção de tecido obstrutivo, realinhamento das estruturas das vias aéreas ou implante de estimulador do nervo hipoglosso para manter as vias aéreas abertas.
Mudanças no Estilo de Vida: Além dos tratamentos médicos, certas mudanças no estilo de vida podem ajudar a aliviar os sintomas da apneia do sono. Isso inclui perder peso, evitar álcool e sedativos antes de dormir, dormir de lado e manter uma rotina regular de sono.
O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz da apneia do sono são essenciais para reduzir o risco de complicações relacionadas à saúde, como doenças cardiovasculares e problemas cognitivos. Se você suspeita de apneia do sono ou tem sintomas como ronco alto, sonolência diurna excessiva ou dificuldade para respirar durante o sono, consulte um médico especialista em sono para avaliação e orientação adequadas.
Dormir bem é viver com mais saúde!
Dra. Paloma Baiardi